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Você se sente sozinha? O que fazer se a vida mudou e você não sabe mais quem é.

autoidentidade mulheres no exterior solidão Sep 20, 2019
 

Cerca de 95% de quem somos na meia-idade é uma série de programas subconscientes que se tornaram automáticos - como dirigir um carro, escovar os dentes ou comer demais quando estamos estressados."

 ~Dr. Joe Dispenza

 

Segundo a Psicologia e a Neurociência, até os 35 anos você provavelmente já memorizou uma série de comportamentos, atitudes, crenças, reações emocionais, hábitos, habilidades, respostas condicionadas e percepções que agora vivem no seu subconsciente - estão programadas. Portanto, podemos dizer que até os 35 anos boa parte da sua identidade está formada também, certo?

Isso é verdade, mas não é uma sentença, pois por conta da capacidade mental (plasticidade cerebral) e emocional de adaptação, podemos nos reinventar a qualquer instante, se assim o quisermos.

Todas as experiências e pessoas que passaram na nossa vida, de uma forma ou de outra, moldam a nossa percepção do que somos e como pensamos. A nossa identidade se forma em função dessas experiências, pessoas e papéis que exercemos na vida, e se algum desses elementos (ou todos) mudam radicalmente, por exemplo: se você perde seu emprego, muda de país, termina um relacionamento longo como um casamento, filhos saem de casa para ir pra faculdade, se ocorre morte na família, se você não tem mais a beleza de antes, pode acontecer que um vazio gigante toma conta de você e sinta-se perdida: quem sou eu agora?  

Sua identidade entra em crise. Você se depara com um vazio pela ausência do que era familiar (trabalho, família, filhos, amores, país) e em volta do qual você criou sua vida e consumiu seu tempo e atenção. Agora não consegue evitar que a sua estrutura pessoal se fragmente. Não ter mais o papel que exercia nessas relações, a  faz sentir-se literalmente perdida, como se a sua existência não fosse mais necessária, e isso dói. Gera vazio. Como lidar com isso?

Se você estiver vivendo isso, eu preciso lhe contar uma boa e uma má notícia: a má é sim, mudanças radicais na vida causam sofrimento e desconforto, é inevitável (mas isso você já sabe), e a boa, é que esse desconforto pode se transformar na melhor pior coisa que você já teve de enfrentar se você atentar ao que lhe direi abaixo.

Você pode se reinventar, e seu cérebro, sua fisiologia e emoções irão se adaptar ao que decidir ser de agora em diante. 

Por isso é fundamental perceber que não só você vai descobrir quem é a nova você depois desse vazio existencial pela perda da sua função previa nas suas relações, como você vai ter que descobrir o que você quer fazer agora com a sua jornada, e quem quer se tornar a esse ponto da sua vida.

Mudamos de interesse durante a vida, e essa pode ser a etapa de redescobrir o seus. Será que você ainda é a mesma e quer manter a sua realidade como era, ou tem outros interesses no fundo e eles agora podem vir à tona? Sei que parece bastante trabalho, mas acredite: essa é a sua vida e tomar esses passos é crucial para que ela voe no ritmo dos seus sonhos, e dos seus desejos, e da sua alma. 

O outro passo importante é se envolver com um ambiente acolhedor enquanto ressignifica a sua jornada. Comunidades de mulheres  (sisterhoods) são exemplos de grupos em que você pode não só compartilhar apoio e experiências, como também desenvolver o seu poder feminino e reconstruir sua identidade.

Lembre-se: sentir-se sozinha e perdida pode parecer assustador, mas é apenas o primeiro passo para uma vida com mais significado e com mais sentido nesse momento após mudanças.

Com carinho, 

Siglia